A diversidade de povos indígenas e tradicionais associada a diferentes ecossistemas da bacia do rio Xingu formam o Corredor Xingu de Diversidade Socioambiental, uma área contígua de 24 Terras Indígenas (TIs) e 9 Unidades de Conservação (UCs), que somam 26,5 milhões de hectares nos biomas da Amazônia e do Cerrado. O Corredor incide sobre 40 municípios do Mato Grosso e Pará, sendo morada de centenas de famílias ribeirinhas e 26 povos indígenas.
Sua formação se deu ao longo dos últimos 50 anos, resultado de atos governamentais fragmentados, adotados em diferentes momentos da história do processo de ocupação regional. Esse processo foi baseado em diferentes legislações voltadas ao reconhecimento dos direitos territoriais de povos indígenas e comunidades tradicionais que habitam a bacia do rio Xingu e à proteção da biodiversidade regional.
A criação do Território Indígena do Xingu (TIX) (originalmente Parque Nacional do Xingu), em 1961, marca o início da formação do Corredor Xingu de Diversidade Socioambiental. As demais Terras Indígenas pertencentes ao Corredor foram lentamente reconhecidas pelo Estado brasileiro entre as décadas de 1980 e 1990. A demarcação desses territórios ocorreu, via de regra, sob a ameaça das frentes de colonização, da exploração ilegal de recursos naturais e de disputas pela terra.
Entre os anos 2004 e 2008, em resposta a uma antiga demanda de movimentos regionais engajados na proteção da bacia do Xingu, os governos federal e estadual do Pará criaram um conjunto de Unidades de Conservação na Terra do Meio, região situada na porção oeste paraense da bacia do Xingu, que se incorporou à configuração atual do Corredor.
O Corredor Xingu de Diversidade Socioambiental é fruto da luta e dedicação de pessoas e organizações que compõem a aliança da Rede Xingu+ na proteção desse território. Ele existe pela união dos povos do Xingu, é a expressão de uma territorialidade comum, compartilhada pelos diferentes povos que têm no rio Xingu e na floresta a espinha dorsal de seus modos de vida e culturas. A partir do manejo dos ecossistemas, esses povos têm atuado historicamente como uma barreira protetora contra o desmatamento na Amazônia brasileira, no chamado “arco do desmatamento”.
Estação Ecológica Terra do Meio. Mosaico: Terra do Meio.
Floresta Estadual do Iriri. Mosaico: Terra do Meio.
Floresta Nacional de Altamira. Mosaico: Terra do Meio.
Parque Nacional da Serra do Pardo. Mosaico: Terra do Meio.
Reserva Extrativista Rio Iriri. Mosaico: Terra do Meio.
Reserva Extrativista Rio Xingu. Mosaico Terra do Meio.
Reserva Extrativista Riosinho do Afrísio. Mosaico Terra do Meio.
Terra Indígena Arara.Área habitada por Arara.
Terra Indígena Araweté / Igarapé Ipixuna. Área habitada por Araweté.
Terra Indígena Badjônkôre. Área habitada por Kayapó.
Terra Indígena Batovi. Área habitada por Wauja.
Terra Indígena Baú. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó e Mebêngôkre Kayapó Mekrãgnoti.
Terra Indígena Capoto Jarina. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó, Mebêngôkre Kayapó Metyktire e Tapayuna.
Terra Indígena Ituna Itatá. Área habitada por Isolados do Ituna/Itatá.
Terra Indígena Kararaô. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó e Mebêngôkre Kayapó Kararaô.
Terra Indígena Kayapó. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó, Mebêngôkre Kayapó Gorotire, Mebêngôkre Kayapó Kôkraimôrô e Mebêngôkre Kayapó Kuben Kran Krên.
Terra Indígena Koatinemo. Área habitada por Asurini do Xingu.
Terra Indígena Kuruáya.
Área habitada por Kuruáya
Terra Indígena Menkragnoti. Área habitada por Isolados Mengra Mrari e Mebêngôkre Kayapó Mekrãgnoti.
Terra Indígena Panará. Área habitada por Panará.
Terra Indígena Pequizal do Naruvôtu. Área habitada por Naruvotu.
Reserva Indígena Gleba Iriri. Área habitada por Terena.
Terra Indígena Trincheira Bacajá. Área habitada por Mebêngôkre Kayapó, Mebêngôkre Kayapó Kararaô e Xikrin (Mebengôkre).
Terra Indígena Wawi. Área habitada por Kisêdjê e Tapayuna.
Terra Indígena Xipaya. Área habitada por Xipaya.